Pages

12 de janeiro de 2016

Desemprego causa alta na devolução de imóveis no país

LUDMILA PIZARRO

O desemprego é a principal causa das devoluções de imóveis observadas no ano passado, na opinião da vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Cássia Ximenes. “O desemprego é o fator preponderante no aumento dos distratos (quando o contrato de compra é cancelado)”, afirma Cássia. Um levantamento da agência de classificação de riscos Fitch, com nove companhias, mostra que 41% dos contratos de imóveis comprados na planta foram cancelados de janeiro a setembro de 2015.

O dirigente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Evandro Veiga Negrão de Lima, destaca o papel da diminuição das linhas de créditos nas devoluções. “Quando o imóvel é comprado na planta, tem um valor maior que é dado na hora da entrega. Se o banco não libera esse crédito, a única opção do comprador é desfazer o negócio”, afirma.

Para Negrão de Lima os distratos já estavam aumentando em Minas Gerais desde 2014. “É um problema real que afeta as construtoras e que vem crescendo desde 2014”, diz.

Penalidades. Os contratos estão ficando mais rígidos, com aumento das penalidades em caso de desistência do comprador, segundo Negrão de Lima, uma consequência do incremento dos distratos. “Além disso, uma análise mais criteriosa da situação financeira do comprador e planos associativos (em que não há o valor da entrega das chaves) são alternativas das construtora para evitar o problema” diz.

O advogado Kênio Pereira, presidente da Comissão de Direito Imobiliário da OAB-MG, explica que quando a devolução do imóvel é causada pelo comprador, a construtora tem o direito de cobrar a multa rescisória. “A penalidade é bilateral. Quando a responsabilidade da devolução é da construtora, em caso de atraso da obra, ela deve devolver todo o valor pago ao cliente e pagar a multa”, explica. 

Histórico
Distratos. O dirigente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias, Meyer Nigri, diz que o porcentual de distratos girava em torno de 10%, “um patamar saudável para a indústria”.

Mudança na busca
Dados do índice FipeZap: 

  • 2013 Mais de 50 milhões de buscas por imóveis, sendo 40% aluguel e 60% compra 
  • 2014 Mais de 50 milhões de buscas por imóveis, sendo 40% aluguel e 60% compra 
  • 2015 70 milhões de buscas por imóveis, sendo 62% aluguel e 38% compra. Em janeiro, foi a primeira vez que esse cenário foi modificado passando para 51% aluguel e 49% compra.

Aluguel é mais procurado do que compra

Em dezembro de 2015 o aluguel representava 62% das buscas na internet, contra 38% da procura por compra de imóveis, segundo o índice FipeZap. “Um número menor de pessoas pode comprar um imóvel, diante do cenário de desemprego, inflação e crédito seletivo. Por isso é que a procura por aluguel aumentou”, diz o economista da Fipe, Raone Costa.

Por outro lado, a oferta de aluguel também cresceu. “Quem tem um imóvel e está com dificuldade de vender pelo preço que deseja, acaba optando pelo aluguel”, diz Raone. Para ele, a oferta está maior que a demanda, já que os preços dos aluguéis, continuam em queda. 

Fonte: http://www.otempo.com.br
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...